terça-feira, 26 de maio de 2015

Entrevista com Milton Fontoura

Foto: arquivo pessoal
 Milton Fontoura – 58 anos, casado e pai de 3 filhos,  é formado pela Escola Superior de Propaganda e Marketing, com especialização em Sociologia da Comunicação e pós graduado em Marketing.
Em 1980, assumiu a Gerência de Pesquisa de Mercado da Cervejaria Brahma, e em 1985, dirigiu o Departamento de Marketing da Consul. Foi professor nos cursos de pós-graduação da mesma escola no período entre 1986 e 1988 e chefe de departamento e professor na Universidade Paulista, do curso de Comunicação Social entre 1987 e 1989.
No período entre 1986 e 1992 atuou no Grupo Pão de Açúcar e em 1993, fundou a Gismarket Estudos de Mercado, pioneira na aplicação do GIS associado às pesquisas comportamentais. Desde então tem investido continuamente no desenvolvimento de metodologias de investigação de mercado a partir da combinação de bancos de dados, softwares e experiência de campo. Em 2013 a empresa mudou sua denominação para GEU – Grupo de Estudos Urbanos. 

Qual foi a sua primeira experiência profissional na área de comunicação? 

Em 1980, no ano de minha formação em graduação pela ESPM, trabalhando na antiga Cervejaria Brahma (hoje pertencente a Ambev). Atuei no departamento de pesquisa de mercado da filial São Paulo. Nessa função me relacionava tanto com meus superiores na hierarquia do departamento comercial da empresa, como também com todos os distribuidores terceirizados. As pesquisas se baseavam, sobretudo, na identificação do “market share” de cada um dos produtos da empresa (cervejas e refrigerantes) e na indicação de estratégias e táticas de marketing local.
  
Quais conhecimentos, além dos adquiridos no curso, você deve ter para se destacar diante dos demais profissionais? 
Antes de tudo, é preciso dizer que o importante não é ter a preocupação de se destacar diante de outros profissionais. Não devemos enxergar os outros profissionais como concorrentes, adversários, antagonistas. Ao contrário, todos podem ser fontes de relacionamento e ampliação dos conhecimentos. Quem está seguro de suas habilidades, não teme o outro!
Voltando a sua questão: O curso oferece “gatilhos” para o desenvolvimento de seu raciocínio e percepção. Contudo, cabe a cada um, explorar a infinidade de caminhos disponíveis. Não há limites para o acesso à informação e esse é justamente o maior perigo que os jovens, candidatos a profissionais, estão correndo: a abundância de acessos e dados leva à dispersão e angústia.
 Não é sem razão que vivemos uma epidemia crescente de síndromes psicossomáticas. Sem distinção de país, raça, credo, classe social, todos estão sofrendo dos transtornos da ansiedade, dado que há muito mais informação a ser absorvida do que capacidade para tal, então, o processo deve se inverter para buscar o foco.
Foco naquilo que realmente é relevante e pertinente, ao seu conhecimento verdadeiro e fundamental. Não vou dizer que você deve ler todos os jornais, revistas, blogs, portais, etc, sobre marketing e comunicação, isso só irá aumentar a sua ansiedade e dispersão. Não há fórmula pronta para estabelecer a melhor seleção de informações e dados.
Seja um catalizador de dados, mas não se preocupe em armazenar todos! Desenvolva um processo próprio e pessoal de mineração de informações, absorvendo e internalizando somente aquilo que tem valor.
Fácil de dizer, difícil de fazer. A prática te levará à perfeição.

Qual conselho você daria para as pessoas que estão cursando comunicação e para os recém-formados?

Meditação! Diária.
O que todos nós estamos precisando nesse momento é esvaziar a mente, eliminar o lixo tóxico que nos atinge diariamente através da explosão de informações inúteis. Através da meditação você irá progressivamente adquirir discernimento; vai aprender a garimpar as informações, retendo somente aquelas de real valor.
Outra dica: esqueça os gurus, os formadores de opinião, os lideres, as celebridades, os “best sellers”.
Nascemos originais e nos tornamos cópias! Resgate a sua ingenuidade da infância, momento da vida em que somos mais criativos, mas não confunda ingenuidade com ignorância. Agora você já tem o conhecimento, que é a antítese da ignorância, não deixe esse conhecimento te levar à arrogância da pseudo-sabedoria.
Sabedoria é ter a humildade de apenas ser. Sem desejos e ambições, que são vícios inúteis. Quando você abre espaço em sua vida para apenas ser, floresce a sabedoria, espontaneamente e é disso que mais esse mundo necessita - de homens e mulheres livres de paradigmas, com espaço em suas mentes e corações para compartilhar o bem e o bom.
Portando, medite diariamente e você será o melhor profissional no caminho que escolheu ser.
Seja feliz!

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